Vamos falar um pouquinho sobre o COLETOR MENSTRUAL? Algumas de vocês certamente já leram, já ouviram falar ou já usam esse copinho que tem feito a diferença na vida de muitas mulheres.
Para quem não conhece o coletor menstrual é um copinho de silicone flexível que é introduzido na vagina para armazenar o conteúdo menstrual e muitas mulheres tem abandonado o absorvente por causa dele. Ao longo da vida, uma mulher pode usar cerca de 10 mil absorventes.
Mas há quem não goste do procedimento de esvaziar o coletor no sanitário e depois ter que lavá-lo a cada troca, além de ter que fervê-lo (por 3 minutos) ao fim do uso e antes de voltar a usar. O copo deve ser usado por um período máximo de 8 horas por vez. A necessidade de esterilização é vista como desvantagem para a mulher que está acostumada à praticidade dos descartáveis.
Algumas mulheres no início podem apresentar dificuldade de inserção e retirada do coletor, desconforto vaginal, mas isso tende a desparecer com o tempo.
Na minha opinião médica, o benefício principal se refere ao impacto ambiental, uma vez que ele pode ser reutilizado quantas vezes for preciso em um período de 10 anos, o que reduz custos também. E o principal alerta e cuidado deve ser respeitar o tempo de uso do absorvente interno ou do coletor, além de lavar as mãos antes de colocar.
No Brasil, a Anvisa anunciou que os coletores estão prestes a receber uma regulamentação para que sejam padronizados e mais seguros. Os produtos que estão no mercado não têm essa padronização.
Segundo a Anvisa, a norma deve dizer que o coletor precisa ser de material atóxico e adequado para seu uso e que não pode ter ingredientes como fragrâncias e inibidores de odor. Um alerta sobre SCT (Síndrome do Choque Tóxico) será obrigatório e ainda a frequência de remoção do produto para descarte do conteúdo menstrual. O alerta já existe para absorvente internos.
Os fabricantes alegam que o risco de Síndrome do Choque Tóxico (infecção grave causada pela liberação de uma toxina por bactérias que crescem no resíduo menstrual dos absorventes internos) associado ao uso prolongado, não existe, mas recentemente foi publicado um relato de caso de Síndrome de Choque Tóxico comprovadamente associada ao uso do coletor.
Sinais como febre, hipotensão e manchas na pele indicam a retirada a retirada do coletor e a ida a emergência para avaliação médica.
Existem muito poucos trabalhos científicos sobre coletor menstrual, o que dificulta as conclusões, mas me parece ser uma ótima opção se utilizado com os cuidados relacionados a higiene no manuseio do coletor e respeitando o tempo de uso.
A escolha de cada mulher deve pesar riscos e benefícios, e que seja livre e consciente!